quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012



          Distâncias, fundamentos do exílio. Longe de lugar nenhum, apenas a distância. Pouco tempo para entender-se além desta. Estranho exílio para mutantes, estranhas cidades mortas que fervilham em caos, a presença suicida de seu povo eternamente escravo e em fuga de si. Nada a fazer. Todo "fazer" por aqui é perigoso, quebra. Aguardamos ávidos gotas de luz que raramente chegam pelas frestas nas telhas deste escuro manicômio. É quando nos volta alguma força e sentidos. Quando estamos mais próximos de casa, uma casa que não entendemos.

          Lua de fevereiro. Crescente. Sua luz nasce ao meio das vastas trevas como uma ilha, um oásis luminoso, uma parada para os olhos (de quem os tem). A nós, nunca é a mesma, é sempre a última gota de luz empurrada pelos ventos. Não poderia ser a mesma.

       

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