quarta-feira, 9 de maio de 2012

Psiquiatrices e Outras Tolices...

... Antes de tudo: um rebanho de sofredores. Ovelhas feridas. Os dias podem agora ser amenos. Mas caminhamos com feridas mortais, marcas que nos acompanharão até a morte. Por que?

...Não importa tanto o tamanho da ferida, mas a representação que carregamos pelos dias.

...Viver passou a ser um "jeito" de sufocar e reviver esta casca ferida... Tentamos roubar alguns espaços para outras coisas importantes...

... Parece que escolhemos este núcleo como nosso eixo principal. Transitamos então ao seu redor. As pessoas são seus traumas e problemas. Deixam de viver para simplesmente disfarçar.... E esgotam-se em esconderijos, medos, estranhos trejeitos espirituais...

... Uma forma de viver. Apreendida, "vivificada", a única que aprendemos. Quando o "viver" torna-se 'imitar" - e o que imita é fatalmente escravizado. Questão de palco herdado. De uma dança macabra ensinada há milênios por forças que sugam, destroem. Então passo a entender os que me procuram em suas "crises", e a me entender.


... Paramos de buscar. Nossas opções de busca sempre foram tão pobres e manipuladas, tão "cristãs" e manipuladas, estúpidas... O povo esquecido por "deus"... ou o pior de suas manifestações.

... Enquanto sofrem os humanos, paro a tirar fotografias da Lua, a tentar entender por que ainda estou aqui e "para eles".  Meus "brinquedos" mais reveladores e necessários, fotos e escritos. O sofredor tenta sempre transformar o outro em seus sofrimentos, contaminar o outro com seu estar-no-mundo patológico. Eu fui assim. Eu sou assim quando desejo e não desperto. Quando durmo.

... Chego a um ponto onde simplesmente não há caminhos. Nenhuma estrada. Onde qualquer movimento pé um tedioso retrocesso. Rasgo as roupas que o mundo colou sobre minha pele. Para nunca mais vestir nenhuma outra roupa contaminada, para poder sair sempre ileso do "outro-que-sofre".

... Todo despertar acarreta em solidão. Melhor Assim. Está uma grande noite e a Lua deve surgir em instantes.

...

4 comentários:

  1. Amigo Lobo, obrigado por sua visita ao meu blog e pela participação primorosa. Só tenho a aprender com você e esta escrita maravilhosa. Seu blog já está entre os meus favoritos, faço questão de acompanhá-lo e também divulgá-lo! Fraterabraços!
    Alsibar
    http://alsibar.blogspot.com

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  2. Grande Alsibar, vivo pendurado em teu Blog e a divulgá-lo. Excelente trabalho!!! continue sempre!!! Namaskar!!!

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  3. Gostei muito de seu texto - originalissimo. Penso, ou percebo...nem sei mais... que todas essas coisas acontecem justamente pra chacoalhar o ego. Enquanto o carregamos, nos ferimos. Se nos jogarmos ao lixo, eis que a coisa parece se transformar - e o caminho do compartilhar surge, doa ou não.

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    1. Parece-me que existem várias maneiras de sermos chamados à consciência, umas nem tão agradáveis... Mas a consciência exige uma estrutura mínima, certo grau de inteligência, enfim, uma estrutura com um mínimo de estabilidade psíquica. Nada extremo, a sensibilidade aqui é a mola mestra. Para certos padrões psíquicos esta busca torna-se quase impossível. Um grau elevado de retardo mental, uma estrutura paranoide típica , uma esquizofrenia com alto grau de desorganização (como na hebefrenia). Vejo que a maioria das pessoas tem condições mínimas, mas o interesse é desprezível. Não sei,penso que uma vida é um "momento" para um ser, muitos estão fora deste momento, por razões até biológicas (doença mental grave).

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