quarta-feira, 6 de junho de 2012

Uma Metafísica do Oculto.I

         

          Um caçador de padrões. "Vetores" adimensionais que não consistem na matéria de seu objeto, mas os definem, controlam, movem. Como um "verbo" para um "sujeito"; O sujeito existe, o verbo o funda, movimenta. Diria que os verbos operam numa dimensão "acima" dos sujeitos. 
          
          Meu sujeito é uma existência. Para uma dimensão destacada do "todo". Meu corpo existe apenas nestas estreitas condições físicas, biológicas, químicas, existe formado deste meio, é parte dele, mas move-se. Sua dança desenvolve-se num palco estreito, significa este (e neste) palco. Mas o que o move deve ser algo que transcende este palco, algo de um palco "acima". Isso é tão óbvio, tão intuitivo que logo se mostra numa simples observação independente. 

          Há um meio complexo formado por diversas energias, elementos, um "espaço existencial" - e os "corpos" ou habitantes deste meio são o próprio meio. A montanha é a terra, a floresta é a terra, seus animais são também a terra. Da forma que consigo significar esta dimensão, as coisas aparecem assim. Tenho acesso por meus sentidos a este mundo material e assim o significo. Meu corpo físico é a terra, seus elementos. Isso é óbvio. Esgoto um plano, alcanço-o nas fronteiras da compreensão (mesmo sendo infinito).  Este modelo hipotético de observação explica minha constituição e minha relação mais primitiva com este plano material. 

          Mas não movimento meu corpo segundo os movimentos deste plano - Sim, meus movimentos "biológicos", moleculares, seguem os padrões deste plano. Englobo matéria, assimilo-a, excreto-a, num simulacro perfeito de uma corrente, um rio. Mas há uma qualidade de  movimento que se destaca deste plano material como o vejo. A consciência. Posso dizer que o corpo acolhe a consciência - que é também um fluxo - como uma antena, um aparelho que traduz determinadas frequências eletromagnéticas. A consciência não é proveniente do corpo (neste plano material que entendo). Não é formada nele. Forma-se por ele, significa-se por ele. E o significa. Estúpido tentar entender a consciência como produto de um cérebro, ou como algo diferente de um fluxo. O PRIMEIRO PADRÃO QUE RECONHEÇO É JUSTAMENTE A EXISTÊNCIA DAS COISAS COMO UM FLUXO. Muito óbvio. 

          A Consciência separa-se do corpo, mas funde-se a ele quando elevamos "um degrau" nosso nível de compreensão. A música que escuto agora e que sai pelo meu rádio está e não está neste rádio, é e não é parte deste aparelho - o aparelho a expressa, a significa para certo meio, mas as ondas que a transportaram nada tem a ver com este aparelho. Meu corpo tem todas as condições de receber (deixar fluir, acompanhando) determinada "frequência existencial"; Adquiriu diversos elementos que representam esta frequência - mas a frequência não está no corpo. E está. Ou este corpo arranjou uma forma de representar esta frequência para este plano... A grande questão é perceber um aparelho altamente sensível e especializado - o corpo - como um receptor, algo que se conecta com certa energia, a traz em suas manifestações para este plano material. Chamem esta "frequência existencial" de alma, espírito, isso não importa. 

          Meus sentidos destacam apenas um plano denso, material, uma região energética extremamente densa, pois é ali e somente ali que este corpo pode operar diretamente, por si. Sabemos que existem outras regiões energéticas, outras "frequências existenciais" muito próximas. Energias que permitiram a formação deste globo denso - falo aqui de energias cósmicas que bem conhecemos dos mundos sub - moleculares. Esta matéria não foi a primeira manifestação do universo, antes vieram as "matérias das estrelas", outros estados vibracionais para os mesmos átomos que conhecemos daqui desta densidade. Duvido que um hidrogênio do sol seja o mesmo hidrogênio da terra, ou aquele que circunda o éter. Uma existência é sempre uma relação. são a mesma coisa para os nossos "sentidos". 

          E esta "frequência energética", se pensada como corpo,num mesmo padrão, como seria? Ela deve ser formada em algum meio, ser parte de alguma dimensão bem mais "sutil" (ou menos densa do que esta). Deve possuir uma organização interna, deve englobar, assimilar e excretar - deve também ser uma "existência de fluxo", um "corpo de fluxo". Deve ter tido um início e certamente dissolver-se-à neste seu meio. Mas deve também funcionar como um receptáculo para outra frequência. Padrões...

          "Corpos" entendidos, significados, são como derivações, pontos localizados numa curva. A integral de todos estes pontos configuraria uma curva, um agregado de corpos impermanentes que se estruturam no tempo, mas num mesmo espaço. Poderíamos então ter tantos corpos quanto os planos considerados, interdependentes num tempo, interligados, cada vez mais complexos em suas relações, sempre tentando um realinhamento de "frequências existenciais". Daí os antigos se referirem a "sete corpos", teriam tido esta sensibilidade (sem o auxílio de rádios, televisores, computadores ou da nossa física nuclear). E ao meio de tantos corpos, afirmarem que "na matéria impera o vazio". Sim, os "Mestres" nasceram muito antes dos humanos...
                                                                             *  *  *  

          O que os antigos e os atuais místicos chamam de "Iluminação", chamo a isso de "realinhamento". Saber-se conectado a frequências que se alinham, que abrem a consciência, que nos libertam de uma prisão insana e brutal, dos grilhões da "existência". 
          
          
          

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